SONJA ASHAUER

16-07-2021 14:16

 

 

Sonja Ashauer, brasileira, foi a quinta mulher a graduar-se em Física pela FFCL da USP, compondo a turma de formandos de 1942. Trabalhou como assistente de Gleb Wataghin, e em 1945 foi para Cambridge, Reino Unido, sob recomendação de Gleb Wataghin, fazer seu doutorado com orientação do físico britânico Paul Dirac, Nobel de Física em 1933. Sonja foi a primeira mulher brasileira a conquistar um título de doutorado em Física no exterior, com sua tese intitulada “Problems on Eletrons and Eletromagnetic Radiation”, sobre Eletrodinâmica Quântica, tema então de fronteira.

Defendeu sua tese de doutorado em 1948. Retornou ao Brasil no mesmo ano, porém, acabou sofrendo uma enfermidade e faleceu após quatro dias internada no Hospital Alemão (atualmente, Hospital Alemão Oswaldo Cruz) em São Paulo, aos 25 anos de idade.

(São Paulo, 9 de abril de 1923 – São Paulo, 21 de agosto de 1948), foi a segunda mulher a se graduar em física no Brasil e a primeira brasileira a concluir o Doutorado em Física.

A física foi uma mente brilhante da física mundial, com talento extraordinário para a física teórica. Foi, também, a primeira brasileira a concluir o Doutorado em Física, em fevereiro de 1948, na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Infelizmente, ao retornar ao Brasil, faleceu precocemente aos 25 anos.

– Nascida em São Paulo e formada pela Universidade de São Paulo (USP), foi a segunda mulher a se graduar em física no Brasil e a primeira brasileira a concluir o Doutorado em Física, em fevereiro de 1948, na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, sob a orientação de Paul Adrien Maurice Dirac (1902-1984), um dos maiores físicos da história mundial.

Nasceu em São Paulo (SP) no dia 9 de abrilde 1923, filha do engenheiro de origem alemã Walter Ashauer e de Herta Graffenbenger, também alemã. Fez os estudos primários na Escola Vila Mariana e os estudos secundários no Ginásio da Capital do Estado de São Paulo (atualmente Escla Estadual São Paulo, localizada dentro do Parque Dom Pedro II), de 1935 a 1939.

Desde menina Sonja demonstrava ser uma inteligência excepcional. Filha de um homem de espírito aberto, apaixonado por ciências, Sonja foi muito incentivada por seu pai, que, na época de seus estudos secundários montou em casa um pequeno laboratório onde realizavam experiências de física, química, biologia. Sonja havia descoberto que a USP aceitava estudantes com somente o ginásio completo, sem terem cursado os dois anos de curso preparatório, e prestou vestibular para o curso de Física da USP assim que concluiu o curso secundário. Ingressou então em 1940 e graduou-se bacharel em física em 1942, tendo sido juntamente com Elisa Frota-Pessoa, que se graduou em física no mesmo ano na Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, a segunda mulher a se graduar em Física no Brasil (a primeira foi Yolande Monteux, na USP, em 1938).

Sonja foi também a primeira brasileira a concluir o Doutorado em Física, em fevereiro de 1948, na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, sob a orientação de Paul Adrien Maurice Dirac, um dos maiores físicos da história mundial. Também foi a primeira mulher brasileira a ser eleita membro da Cambridge Philosophical Society. Todos os físicos que a conheceram (José Leite Lopes, Jayme Tiomno, Marcelo Damy, Oscar Sala) afirmam afirmam que Sonja Ashauer era uma profissional brilhante. Defendeu sua tese de doutoramento em janeiro de 1948 e voltou para a Universidade de São Paulo (USP), onde foi contratada em 31 de março daquele ano, como assistente do prof. Gleb Wataghin.

Durante seus anos na Inglaterra, a correspondência trocada entre ela e o prof.  Wataghin revela um talento extraordinário para a física teórica, sobretudo num mundo ainda extremamente hostil ao desempenho profissional feminino. Na Europa, ela conviveu com os maiores físicos da época, tendo participado de Encontros de Física onde estavam grandes nomes como Born, Schrödinger, Wheeler, Hackett.

Sonja defendeu uma tese de doutorado de Eletrodinâmica Quântica, assunto de ponta na época, com o título “Problems in electrons and electromagnetic radiation”.

A vida profissional de Sonja foi abruptamente interrompida depois de sua volta do exterior e a comunidade científica foi surpreendida com a notícia de sua morte no dia 21 de agosto de 1948,. De acordo com o atestado de óbito a causa mortis foi “bronco pneumonia, miocardite e colapso cardíaco”. Sonja havia apanhado chuva num dia frio, resfriou-se e não deu atenção. Quando a família deu-se conta, ela já estava gravemente enferma e foi imediatamente internada no Hospital Alemão (atualmente, Hospital Alemão Oswaldo Cruz) em São Paulo. Mas, infelizmente, era tarde demais, e ela faleceu seis dias depois. Foi não somente uma trágica perda humana, mas também uma grande perda para a física brasileira, pois Sonja certamente teria feito uma carreira tão ou mais brilhante que seus colegas de sexo masculino.

Fontes:

Acervo do Instituto de Física da USP

https://protec.org.br/senai – SENAI / NOTÍCIAS / Mulheres foram chave no desenvolvimento da ciência do Brasil

https://www.cnpq.br/web/guest/pioneiras-view/-/journal_content/56_INSTANCE_a6MO/10157/902653 – Portal CNPq – Geral – Programas – Mulher e Ciência – Eventos – Pioneiras